Câncer
de Mama e Aspectos Psicossomáticos
Maria Elisabeth Toth
Renda
CRP
06/12002
A palavra Psicossomática vem do grego e quer dizer psique + soma. Psique é a alma, o mundo interior, o mental
e o emocional e Soma é o corpo
físico. Somatização é o aparecimento no corpo de doenças. Todas as doenças têm
um componente psicossomático, desde a gastrite, a síndrome do pânico, a
depressão, os estados de ansiedade, até o câncer, o diabetes e a hipertensão. “Como
se a dor do corpo não tivesse a ver com a dor da alma.” Somatizar quer dizer
que o corpo está mostrando um sofrimento emocional. Ou seja, O SEU CORPO ESTÁ
PEDINDO A SUA ATENÇÃO. Quando você fica doente, você para com tudo e vai se
cuidar.
Câncer é uma palavra que vem do latim e
significa modificação degenerativa
cuja característica é o crescimento desordenado e autônomo de células do
organismo humano.
A mente é a dirigente de tudo e nos
identificamos com o que pensamos. Nossos valores e o que acreditamos foi
aprendido na infância, fomos influenciados pelas ideias, valores e
comportamentos de quem nos criavam e de quem éramos dependentes, portanto a
aprendizagem foi feita via afeto, ou pior, pelo medo de perder o afeto, que na
infância significa medo de aniquilamento.
Nossa educação não incluiu uma
alfabetização emocional, um conhecimento sobre os próprios sentimentos, pois
sempre fomos educados para ser bons para fora, para viver em sociedade.
NORMOPATIA é quando uma pessoa tenta
manter-se rigidamente pelas normas estabelecidas. Além de uma simples contenção
dos impulsos para parecer simpática ou nobre, a repressão exagerada dos
impulsos vitais significa uma vida não vivida e a pessoa muitas vezes não tem
consciência nem da repressão, nem das tentativas que seu corpo faz para se
libertar, até que o "dique" é rompido pela materialização do que foi
ou é sentido como martírio.
Do ponto de vista simbólico o câncer é
desenvolvido, na maior parte dos casos clínicos pesquisados, em pessoas com
dificuldades de expressar seus sentimentos em situações de afirmação de suas
necessidades. O que acontece a nível interior é um esgotamento nas células ao
invés de se esgotarem na consciência.
O instinto de afirmação é sustentado pelo
impulso da agressividade. Que em sua mais pura manifestação é o estabelecimento
de limites. Mas só coloca limites quem os tem. Se alguém não pode ter
consciência de que está com raiva, pois aprendeu que é uma emoção que só
bandido tem, que é uma emoção desqualificadora, que gente de bem não sente
isso, então a energia da emoção permanece sem representação na consciência. Mas
ela não desaparece.
Se a raiva é considerada uma emoção
de segunda categoria, a mágoa é aceita e valorizada em nossa cultura. No
entanto mágoa é raiva, raiva de gente bem educada. E o ressentimento, a
reminiscência, a ruminação e o rancor não encontram saída. O orgulho e a
vaidade seguram tudo.
Muitos autores têm assinalado que
os pacientes com câncer têm dificuldade em expressar suas emoções,
principalmente àquelas agressivas e hostis. Grande parte desses pacientes chega
mesmo a desconhecer essas emoções. São pessoas que não têm acesso a seu mundo
interno, não identificam sentimentos e emoções e, como consequência não
conseguem também nomeá-los.
Este fenômeno tem o nome de ALEXITIMIA,
expressão vinda do grego (A = sem; Lexis = palavra; Thymos =coração,
afetividade).
Muitos pacientes com câncer, quando perguntados
a respeito do que sentem, usam o nome de outro sentimento que não aquele que é
sinalizado em sua linguagem corporal, que aliada ao desencadeante da situação,
mostra ser o sentimento verdadeiro.
No
caso do câncer de mama, através da observação clínica foi observado um padrão
de comportamento em todas as pacientes com câncer de mama atendidas na clínica:
supressão das emoções, principalmente da raiva; amabilidade excessiva (mesmo
contrariada); comportamento forçosamente harmonioso; paciência desmedida ou
dissimulada; rígido controle da expressão emocional. Têm necessidade de ajudar,
se sacrificam para atender as necessidades dos outros, principalmente da família.
Nem perguntam se precisam e do que precisam e têm solução para tudo. Mesmo sem
serem solicitadas. Sentem desapontamento e mágoa quando não tem reconhecimento
do auxílio prestado. Não se queixam, mas suspiram. Negação e repressão são
mecanismos de defesa do EGO, e a sede do ego é na mente. Você não é o que você
pensa você é o que percebe e o que sente. Se os sentimentos e as emoções estão
reprimidos na consciência a energia represada só pode se manifestar no corpo,
que adoece.
REFERÊNCIAS:
GASPARETTO & VALCAPELLI Metafísica da Saúde ..Vol.2 Sistemas Circulatório , Urinário e
Reprodutor Editora Vida & Consciência, São Paulo, 2002
GAUDÊNCIO, Paulo e colaboradores. A
Morada da Moral- A questão da Moral na Psicologia. MG editores associados, São
Paulo, 1982.
SILVA, Gisele Andrade. A expressão da raiva na análise
bioenergética. In: Monografia do Curso de Especialização em Psicoterapia
Corporal, Centro Reichiano de Psicoterapia Corporal. Curitiba, 2009. Acesso em
28/09/2015
VILAS BOAS, Maria das Graças. Câncer de mama x padrão de
comportamento. In: ENCONTRO PARANAENSE, CONGRESSO BRASILEIRO, CONVENÇÃO
BRASIL/LATINO-AMÉRICA, XIII, VIII, II, 2008. Anais. Curitiba: Centro Reichiano,
2008. CD-ROM. [ISBN – 978-85-87691-13-2]. Disponível em: www.centroreichiano.com.br.
Acesso em: __11__/__10__/_2014___.
Nenhum comentário:
Postar um comentário